sábado, 30 de abril de 2011

não sinto raiva, não sinto nada. sinto saudade, de vez em quando. quando lembro que podia ter sido diferente.
Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 27 de abril de 2011

só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso.

sábado, 23 de abril de 2011

... eu proponho uma campanha de saúde pública: vamos ser mais bem humorados, mais desarmados. podemos ser cidadãos sérios e respeitáveis e, ao mesmo tempo, leves. basta agir com delicadeza, soltura, autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, aos patrões. um pouco mais de jogo de cintura, de criatividade, de respeito às escolhas alheias. vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.
sinto falta mesmo é de não sentir nada. eu não sentia nada. era tão bom.
 
Martha Medeiros
eu preciso muito muito de você, eu quero muito muito você aqui de vez em quando, nem que seja muito de vez em quando, você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor, você não precisa trazer nada, só você mesmo. você nem precisa dizer alguma coisa no telefone, basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio, juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. mas eu preciso muito muito de você.
um dia talvez você entenda o quanto a sua distração me dói, o quanto esse seu silêncio me rasga.
que bom que sou capaz, que bom que sou forte, que bom que suporto. colei aquele "eu amo você" no espelho. é pra mim mesmo.

meu caro, Caio Fernando Abreu.

eu tentei

e eu juro tentei continuar, como se nada tivesse acontecido, que você nunca tivesse feito parte da minha vida, que tudo não passou de um sonho lindo. mais as lembraças que não se apagam e as recordações que não me deixar, me proibem de esquece-lo.

made-in heart


fui fabricada a mão..  cada traço, cada detalhe, dos pés da cabeça! falando em pés, neles resolveram colocar esse sapato, de inicio.. bem apertado, cor de rosa. eu nunca entendi esse negócio de boneca em um mundo rosa, eu faço voto do contraste para o mundo das bonecas onde tudo quanto é acessorio, precisa ser rosa. mas, eu não posso reclamar (bem que eu queria!) mas não posso, boneca não fala, é. e as que falam, só falam porque são programadas para isso, sem vontade própria nenhuma. outra coisa que eu nunca entendi, por que programam as bonecas para falar? elas só dizem o que as crianças querem ouvir como: "eu te amo" , "me leva para passear?" quanta besteira em um brinquedo só! eu por exemplo, do contrario do que você deve estar pensando.. eu não falo! te juro. mas se eu falasse, ah se eu falasse.. ia ser umas poucas e boas para quem inventou de me colocar nessa caixa aqui, que negócio apertado! há quem diga que bonecas como eu, não sentem, não sabem, não gostam, não ligam e não precisam.. antes eu não quizesse nada! eu quero tanta coisa, que só de olhar para esses meus olhos que brilham (é puro marketing) você não saberia descobrir. eu quero tanto, que estou louca para sair daqui. estou nessa vitrine a muito tempo, já até perdi as contas de horas, dias, semanas.. há quem diga que boneca de loja é tudo igual, é naaada! para mim existe uma grande diferença para as bonecas da vitrine e as da pratilheira. as da pratilheira são aquelas que as crianças, ao entrarem na loja, são as primeiras a pegarem, abraçarem, amarem, chorarem de birra fazendo a mãe comprar, mas largam em seguida quando acham uma melhor, as da pratilheira são esquecidas e jogadas ao chão, coitadas. sobre mim? ah, essa vitrine não é das piores, mas eu daria tudo para estar no colo de alguma criança, sendo apertada e amada. muitos olhares se passam por mim.. algumas pessoas não querem me comprar, andam dizendo por ai que eu sou muito cara, eu concordo. mas é só olhar para o meu brilho, para o meu cabelo e o tecido do meu vestido para saber que eu não sou qualquer boneca. tenho uma origem diferente das outras e sabe o que eu acho? acho que fui fabricada fora e me deportaram pra cá.. é, só pode! não que eu esteja me gabando, mas.. é, no fundo as vezes me pego cansada, cansada! de estar nessa vitrine, sendo olhada, desejada, mas nunca adquirida por ninguém. sabendo que quem é sempre levada para casa, são as da pratilheira, acho que as bonecas de lá vivem muito mais emoções do que eu. mesmo sabendo que o fim delas é sempre no chão, eu daria tudo para saber qual seria o meu fim, também. será que por eu ser tão cara, as pessoas desistem de me comprar? será que vão continuar preferindo a boneca em oferta? aquela que se vai mais facil, que se quebra tão rápido, e perde totalmente o brilho e toda aquela graça? até quando a da pratilheira vai ter mais emoções do que a da vitrine, que foi feita justamente para ser cuidada com o maior dos cuidados? será que não percebem o quanto vale a pena me tirar dessa vitrine? algumas crianças, apontando para mim, me fazem sentir o gostinho de como é ser desejada, mesmo que por alguns instantes, mas é claro, só até elas verem meu preço, desistem e correm para as bonecas em oferta. elas me olham com tanto gosto que me faz ter a esperança de que vou sair logo daqui, que a minha vez também vai chegar. eu estou acostumada, conheço essa rua como ninguém, talvez as pessoas daqui não me conheçam como eu as conheço. vejo levemente a minha imagem refletida na vitrine e me pergunto: o que há de errado com a boneca mais cara da loja? aparentemente, nada. mas por que ela permanece intacta na vitrine? tão intocável.. mas apesar de querer sentir um abraço apertado, tenho medo de acabar no chão e as vezes desviada de um pisão, assim como as da pratilheira, e é nessa hora que prefiro estar aqui, nessa vitrine: ninguém me toca, ninguém me pisa, ninguém me machuca. a criança que me quiser, que seja boa o bastante para me comprar. feito humana, sinto minha pupíla dilatar ao pensar que sair dessa vitrine nos braços de uma criança, em seguida vou ser levada para o parque e encontrar crianças que passaram pela vitrine, chegaram a me desejar, mas desistiram de mim quando viram o meu valor, desistiram e me esqueceram, e vou soltar uma frase bem cliche, que ouvi em frente a vitrine, por uma dona que com certeza havia acabado de sair de um amor não-correspondido, era mais ou menos assim: eu fui o brinquedo caro, você foi a criança pobre!

ser boneca é dificil, mais dificil ainda é ser boneca de vitrine.

 
me aconselha a ser menos geniosa, orgulhosa e manhosa. revido te aconselhando a ser menos egocentrico e ciumento.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

bonita? nem um pouco, mas mulher. meu segredo ignorado por todos e até pelo espelho: mulher.

terça-feira, 19 de abril de 2011

me perdoa amor!

hoje eu acordei pensando em ti, mais nem sei se eu vou conseguir viver assim, sem você perto de mim. já tentei, não dá pra viver assim não.  porque fechasse as portas do teu coração? não faz assim comigo não!
você jurou me amar se declarou a mim, será que todo esse amor por mim chegou ao fim? não faz assim, me perdoa amor

sexta-feira, 15 de abril de 2011

você prometeu que nunca iria me deixar sofrer, que faria de tudo para me ver feliz. Mais então porque você se foi? esse era o seu melhor jeito de não me fazer sofrer, indo embora? não haveria outra maneira de sofrer mais, pois não encontro mais razão para viver em um mundo onde você não esteja comigo.
“Olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando – Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando.”

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 12 de abril de 2011

quando olho para o meu passado, encontro uma menina bem parecida comigo, por acaso, eu mesma, porém essa menina sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

mesmo na companhia de amigos sentia-se sozinha; num quarto com milhares de pessoas se sentiria sozinha (...) não conseguia se lembrar da última vez em que estivera verdadeiramente feliz, quando alguém ou algo a fazia rir tanto que seu estômago a incomodava e seu maxilar doía. sentia falta de ir para cama à noite sem absolutamente nada na cabeça, sentia falta de apreciar a comida, em vez de comer ser apenas algo que precisava enfrentar a fim de continuar viva, detestava as contrações na barriga cada vez que se lembrava dele. detestava não ter motivo algum para acordar; detestava a sensação que tinha quando acordava. sentia falta dos seus toques, seus abraços, seus conselhos, suas palavras de amor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

E eu corro no espelho de novo e repito cem vezes que não gosto de você. Não gosto de você. Não gosto de você. Porque se eu gostar de você, eu sei que você vai embora.
Há um lado meu que pede: “mande tudo para o inferno”. E outro que ainda insiste: “mais um pouquinho de paciência, só um pouco mais”.